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Tipos de projeto SPDA: conheça todos

junho 8, 2023

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WGB Engenharia

Dentre os países onde mais caem raios no mundo, o Brasil se encaixa nesse ranking. De acordo com pesquisas, anualmente, cerca de 70 milhões de casos envolvendo esse fenômeno ocorrem, o que acaba englobando cerca de 300 brasileiros que são atingidos. Por isso, há a necessidade da implementação de projetos SPDA.

Também conhecidos pelo nome popular de para-raios, os Sistemas de Proteção Contra Descargas Atmosféricas são os principais responsáveis por evitar acidentes e conseguir controlar a carga elétrica produzida por esses elementos naturais. Conheça, neste artigo, alguns tipos desse projeto e como ele funciona.

Afinal, o que é um projeto SPDA?

SPDA significa Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas, mostrando-se um conjunto de estruturas e soluções com a principal função de realizar a proteção de pessoas e construções dos mais variados tipos. Por meio do projeto, há uma captação e dissipação das descargas, levando-as para a terra.

O projeto, como um todo, é composto por uma série de plantas em CAD, além de selos, notas técnicas, “Anotação de Responsabilidade Técnica”, dados adicionais e detalhamentos. Os pára-raios, inclusive, fazem parte do sistema e consistem em estruturas de cabos condutores, hastes e pelo processo de aterramento.

Relevância do projeto

Sem dúvida alguma, um projeto SPDA é de extrema importância para a segurança de todos. No entanto, mesmo que apresentem certa eficácia, é válido dizer que os raios não podem ser, como um todo, controlados, tendo em vista que fazem parte de um fenômeno natural de grande notoriedade.

Esse tipo de projeto visa evitar que danos maiores sejam causados às estruturas ou aos seres humanos, criando certas áreas de contenção. Para que possa ser levado adiante, medidas de isolamento de partes condutoras expostas e utilização de fórmulas físicas são colocadas em prática.

Ainda assim, mesmo diante de tantas tentativas, e com a maior experiência possível de um profissional, os acidentes não podem ser 100% evitados. No entanto, ao utilizar um projeto SPDA para proteger o local, as chances de ocorrência de raios se tornam menores, assim como os rastros deixados por eles.

Quais são os modelos desse tipo de projeto?

Tendo em vista que as pesquisas voltadas para a segurança cresceram com o passar do tempo, diversos métodos foram desenvolvidos para conter os danos causados pelos raios. Conheça, abaixo, quais são eles.

1. Método Franklin

O Método Franklin consiste em implementar uma haste metálica que possui captores, conectada a mais dois condutores ligados à terra unidos em um sistema de descida. Esse sistema foi criado por volta de 1753, por Benjamin Franklin, um estudioso muito conhecido e que denominou o método como “sistema de para-raio”.

Essa estrutura cuidadosamente elaborada é disposta no topo de uma edificação, onde o volume de proteção será constituído por uma área em forma de cone, ligando-se do topo até a base da construção. O ideal é que o método seja utilizado em edificações com pouca área horizontal, com, no máximo, 45 metros ou 15 andares.

2. Método Gaiola de Faraday

O método Gaiola de Faraday, por sua vez, utiliza o campo elétrico interior de uma gaiola, que é nulo, para gerar uma maior proteção para a edificação e, consequentemente, para as pessoas. Sendo assim, a parte interna da estrutura se mantém protegida enquanto há um campo eletrizado em sua superfície.

Em linhas gerais, a estrutura é organizada utilizando captadores que formam condutores horizontais, reunidos em uma malha de metal. Essa mesma malha é conectada a terra em uma distância que seja conveniente, pouco depois sendo instalada no topo da edificação, com um formato parecido com o de uma gaiola.

Este método é mais recomendado para construções baixas, como é o caso de empresas que possuem galpões.

3. Método eletrogeométrico ou esfera rolante

O método eletrogeométrico ou esfera rolante também pode ser conhecido pelo termo “esfera fictícia”. Por meio desse modelo, há a possibilidade de fazer com que uma esfera fictícia role pela construção, evitando a incidência de raios, além dos danos que eles poderiam causar.

Nos locais onde a roda consegue tocar na edificação, há uma maior chance de cair uma descarga elétrica. Isso faz com que haja a necessidade de protegê-la com para-raios, que, geralmente, seguem o modelo Franklin. Quanto maior for a esfera, maior será a quantidade de proteção atribuída ao local. 

O método é recomendado para edificações extremamente altas e com alta complexidade arquitetônica.

Como um projeto SPDA é desenvolvido?

Um projeto SPDA passa por todo um processo para que seja desenvolvido. Antes de mais nada, é necessário que os profissionais analisem de maneira profunda o local que precisará de proteção. Eles também precisarão levar em conta quais as condições de envolvimento da estrutura, como a sua altura.

A partir disso, todo o projeto e o gerenciamento deverão levar em consideração a NBR 5419, que leva aborda os seguintes pontos:

  1. gestão de riscos;
  2. escolha do método;
  3. delimitação de recursos protetivos;
  4. escolha do condutor de aterramento;
  5. delimitação da necessidade das descidas;
  6. projetação das MPS-Medidas de proteção contra surtos;
  7. indicação das equalizações de potenciais;
  8. cálculo das distâncias adequadas de segurança.

Além de colocar em prática todas essas especificações, é importante que haja uma inspeção e manutenção de todo o SPDA, assim como da segurança que envolve os profissionais que estão envolvidos em sua execução.

Especializar-se é a solução

Ainda que não haja uma forma de eliminar 100% a incidência de raios, é necessário que os envolvidos em um SPDA saibam lidar com o tipo de complexidade de cada projeto, o que facilitará o trabalho no dia a dia, além de gerar melhores resultados ao final de todas as execuções.

Quando um projeto é elaborado, é importante que se tenha em mente que todas as decisões serão extremamente importantes para que haja uma durabilidade no ciclo de vida da instalação. Por meio de uma análise correta, o projeto não apenas será eficiente, como também terá seus custos reduzidos.

Investir em SPDA é a solução necessária para reduzir os índices de acidentes e, também, de perdas por causa dos raios que, constantemente, caem no Brasil.